As passagens da Eneida de Virgílio mencionadas em seu texto contêm alusões e paralelos significativos a mitos antigos e cerimônias de iniciação.
No Sexto Livro da Eneida, Virgílio descreve a descida de Eneias ao mundo dos mortos. O Bispo Warburton e comentadores subsequentes argumentaram que essa passagem simboliza a cerimônia de iniciação dos Mistérios Antigos. A descida ao mundo dos mortos representa uma jornada simbólica de iluminação e transformação espiritual, que se alinha com a natureza transformadora dos ritos de iniciação.
No Terceiro Livro da Eneida, Eneias descobre o túmulo de um príncipe perdido por meio de uma mensagem transmitida a ele através do arrancamento de uma planta no monte. Essa história guarda semelhança com o mito de Osíris na mitologia egípcia. No mito egípcio, o corpo de Osíris, morto, é colocado em um caixão e lançado ao mar, eventualmente chegando às margens da Fenícia, junto a uma árvore de tamarisco. Da mesma forma, Eneias descobre o túmulo por meio do arrancamento de uma planta. Esses paralelos sugerem uma conexão entre a Eneida e os mitos antigos, destacando temas de morte, renascimento e a busca por conhecimento oculto.
Essas alusões na Eneida demonstram a incorporação de elementos mitológicos e místicos por parte de Virgílio em seu poema épico. Elas acrescentam profundidade e simbolismo à narrativa, convidando os leitores a contemplar significados mais profundos e estabelecer conexões com tradições religiosas e místicas antigas.
É importante observar que interpretações de textos antigos, incluindo a Eneida, podem variar entre estudiosos, e diferentes perspectivas sobre essas alusões podem existir.
Referência:
Albert G. MacKey - Encyclopedia of Freemasonry and its kindred sciences v1&v2 (1916)
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