ADORATION

O ato de prestar culto divino. A palavra latina "adorare" é derivada de "ad", que significa "a", e "os, oris", que significa "a boca", e assim aprendemos etimologicamente que o método primitivo e mais geral de adoração era pela aplicação dos dedos à boca. Daí lemos em Jó (31:26): "Se vi a luz do sol, quando resplandecia, ou a lua caminhando esplendente, e o meu coração ter-se deixado enganar secretamente, ou a minha mão ter beijado a minha boca, isso também seria maldade digna de castigo, porque eu teria negado a Deus, que está acima." Aqui, beijar a mão com a boca é uma expressão equivalente à adoração, como se ele tivesse dito: "Se eu adorei o sol ou a lua." Diz-se que esse modo de adoração originou-se entre os persas, que, como adoradores do sol, sempre voltavam seus rostos para o leste e beijavam suas mãos para essa luminária. O gesto foi "usado inicialmente como sinal de respeito a seus monarcas e foi facilmente transferido para objetos de adoração. Outras formas adicionais de adoração eram usadas em vários países, mas em quase todos eles essa referência ao beijo era de alguma forma preservada. Entre os antigos romanos, o ato de adoração era realizado da seguinte maneira: o adorador, com a cabeça coberta, aplicava a mão direita nos lábios, com o polegar ereto e o indicador apoiado nele, e então, curvando a cabeça, girava da direita para a esquerda. E, portanto, Apuleio (Apologia) usa a expressão "aplicar a mão nos lábios", "manum labris admovere", para expressar o ato de adoração. O modo de adoração grego diferia do romano por ter a cabeça descoberta, prática adotada pelos cristãos. As nações orientais cobrem a cabeça, mas descobrem os pés. Também expressam o ato de adoração prostrando-se com o rosto no chão. Os antigos judeus adoravam ajoelhando-se, às vezes prostrando todo o corpo e beijando a mão. Portanto, esse ato de beijar a mão era um símbolo antigo e muito geral de adoração. Mas não devemos cair no erro de supor que um gesto um tanto semelhante usado em alguns dos altos graus da Maçonaria tenha qualquer alusão a um ato de adoração. Ele se refere ao símbolo de silêncio e sigilo que é representado nas estátuas de Harpócrates, o deus do silêncio. A ideia maçônica de adoração foi bem retratada pelos pintores cristãos medievais, que representaram o ato por anjos prostrados diante de um triângulo luminoso.


Referência:
Albert G. MacKey - Encyclopedia of Freemasonry and its kindred sciences v1&v2 (1916)


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Este conteúdo pertence à Enciclopédia da Maçonaria e suas Ciências Afins vols 1 & 2
escrito por Albert G. Mackey, M.D., 33°. Conheça o prefácio original na Enciclopédia Maçônica de Mackey. Quer sugerir algo? Não hesite daemonos@ocultura.org.br

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