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<p align='right'>'''No leito do Rio próximo a Bou-Sada.'''<br>
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'''4 de Dezembro de 1909, 14:10 - 15:45.'''</p>
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==Referências==


*[http://www.astrumargentum.org/arquivos/ht/libri/libri_418.htm Astrum Argentum] Retirado no dia 15/11/2006 e.v.
[[Categoria:Liber 418]]
[[Categoria:Liber 418]]

Edição atual tal como às 07h07min de 17 de janeiro de 2011

Este artigo é parte integrante da série A Visão e a Voz - Liber 418

Liber 418: A Visão e a Voz, é considerado por Aleister Crowley como o segundo livro em importância, perdendo apenas para Liber AL vel Legis Para obtê-lo, Aleister Crowley e seu discípulo, o poeta inglês Victor Benjamin Neuburg, viajaram as terras áridas da Argélia e ali realizaram invocações específicas valendo-se do sistema enoquiano de John Dee e Edward Kelley.


ZIM é o 13º Æthyr invocado no Liber 418. Refere-se ao Jardim de Nemo. A obra do Magister Templi.

Aethyr 13.gif

A invocação do 13º Æthyr chamado ZIM

Na Pedra surge uma imagem de águas brilhantes, reluzentes ao sol. Incomensurável é a beleza delas, são límpidas e o fundo dourado. No entanto a impressão geral é de esterilidade.


E um Anjo, dourado pálido chega, caminhando sobre as águas. Acima dele está um arco-íris e as águas espumam abaixo dos seus pés. E ele diz: Ante a face dele eu me aproximo, ele que traz na mão os trinta e três trovões de crescimento. Das águas doiradas, tu colherás milho.


Todo o Ar atrás dele é dourado e então se abre como um véu. Surgem dois gigantes terríveis e escuros, duelando em ódio mortal. Há um pequeno pássaro num arbusto batendo as asas. A resistência dos gigantes se esgota e caem amontoados na terra, como se todos os seus ossos tivessem sido quebrados.


E agora ondas de luz correm por todo o Æthyr, como se estivessem brincando. Então, subitamente, encontro-me num jardim, no terraço de um grande castelo, construído em cima de uma montanha rochosa. O jardim possui cascatas e inúmeras flores. Existem garotas altas, magras, delicadas e pálidas. E vejo que as flores são elas alternando a forma incessantemente sendo muito brilhantes e, além disso, harmonioso é todo esse jardim, assemelhando-se a uma grande opala.


Uma voz vem: Esta água que tu viste é chamada de água da morte. Porém, NEMO encheu a partir daqui, nossa primavera.


E indaguei: Quem é NEMO?


Ela replicou: Um dente de golfinho e chifres do carneiro e a mão de um enforcado e o phallus de um bode (por isso tudo entendo que nun é explicado por shin e he por resh e mem por yod e ayin por tau. NEMO é assim chamado de 165 = 11 X 15 e é em si 910=91 Amem X 10 e 13 X 70 = O Um Olho, Achad Ayin).


Então, adentra um Anjo no jardim, porém, não possui as mesmas características dos outros, pois parece um jovem vestido em mantos trançados de linho, alvos.


E ele diz: Nenhum homem contemplou a face de meu Pai. Por tanto, aquele que o faz é chamado NEMO. E saiba tu que cada homem chamado NEMO tem um jardim a cuidar. E cada um, florescente, é criado a partir do deserto por NEMO, irrigado com as águas que foram chamadas morte.


E pergunto a ele: para que esse jardim é preparado?


E ele responde: primeiro pela beleza e deleite dele próprio e pelo o que está escrito, ”O Tetragrammaton Elohim plantou um jardim no leste do Éden." Por último, porque, através de cada flor, vem uma dama, ainda que haja uma que traz um menino. E seu nome será NEMO quando contemplar a face de meu Pai. E aquele que cuida do jardim não procura essa flor única que será NEMO. Ele nada faz e do jardim, cuida.


E digo: de fato esse jardim é agradável; luminoso é o trabalho de cuidá-lo e grande é a recompensa.


Ele replica: lembrai que NEMO encarou a face de meu Pai. E Nele existe apenas a Paz.


Respondo: São todos os jardins iguais a este?


Ele ondula sua mão e, no Æthyr, através de um vale, surge uma ilha de corais, rósea, com verdes palmas e árvores frutíferas no meio do mais azul dos mares.


E, novamente, faz o gesto ondulante com a mão e surge um vale, envolto em grandiosas montanhas de neve e em agradáveis cascatas jorrando e vastos rios e lagos cobertos de lírios.


E novamente, repetindo o gesto, contemplo a visão de um oásis no deserto.


E, mais uma vez, feito o mesmo gesto, aparece um campo turvo com rochas cinzentas e arbustos e tojos e samambaias.


E outra vez o mesmo gesto é feito e surge um parque e uma pequena casa dentro dele, cercada por árvores. Então, ela é aberta e vejo dentro um idoso, cego, numa mesa. Mesmo assim escreve em um grande livro, ininterruptamente. Estava escrito o seguinte: “As palavras do Livro parecem pétalas no jardim. Muitas dessas minhas melodias fluem como donzelas, porém há uma que desconheço a qual será um menino chamado NEMO quando fitar a face do Pai e cegar-se.”


(Toda essa visão é mais extraordinária e agradável e calma sem a força ou o êxtase ou qualquer qualidade positiva, porém, igualmente livre dos opostos dessas virtudes). E o jovem parece ler os meus pensamentos, que seriam: eu deveria amar permanecer neste jardim e nada fazer para todo o sempre. Então, chega e diz: Acompanha-me contemplai como NEMO cuida de seu jardim.


Assim, penetramos na terra e vejo uma figura velada imersa na escuridão. No entanto, é perfeitamente possível enxergá-la, os detalhes da cena não nos escapam. E sobre a raiz de uma flor ela verte ácido a qual se torce como se fosse torturada. E outra ela corta e o barulho é o de uma mandrágora cerrada pela raiz. E outra ela queima e outra unta com óleo.


Então digo: pesado é o labor, todavia, grandiosa é a recompensa.


E o jovem replica: ele não verá a recompensa, ele cuida do jardim.


E digo: o que virá para mim?


Ele replica: isso tu não podes saber e nem será revelado pelas letras que são os totens das estrelas, porém apenas por esses astros.


E ele me diz desconexamente: o homem da terra é o devoto. O amante dá a sua vida para trabalhar entre os homens. O eremita caminha solitário dando aos homens apenas a sua luz.


E questiono: porque ele me diz isso?


Ele então replica: não digo. Disseste tu mesmo, pois tu ponderaste durante vários dias e não encontraste a luz. E agora que tu és chamado NEMO, a resposta para cada enigma que tu não encontraste brotará em tua mente. Quem pode dizer em qual dia uma flor desabrochará?


E darás a tua sabedoria ao mundo e isso será o teu jardim. E em relação ao tempo e a morte, tu não tens nada a fazer quanto a essas cousas. Para que uma pedra preciosa esteja oculta na areia do deserto, ela não poderá ser notada pelo vento, mesmo sendo ele feito igualmente de areia. Pois o feitor das obras trabalhou por causa dela e sendo clara, é invisível e por ser resistente, não pode ser removida.


Todas essas palavras são ouvidas por todos chamados NEMO. E tendo feito ele aplica a si mesmo a compreensão dessas cousas. E deve igualmente compreender a virtude das águas da morte e também entender a do sol a do vento a do verme que cruza a terra e das estrelas que cobrem o seu jardim. E também a natureza e propriedades particulares de cada flor ou como cuidará dele?


Então falo: a respeito da Visão e a Voz, eu saberia se essas coisas formassem a essência do Æthyr ou a do vidente.


Ele replica: essa é a essência daquele que é chamado NEMO, combinada com a do Æthyr, pois do 1º ao 15º Ar, não há visão nem voz, salvo para aquele chamado NEMO. E o que procura a visão e a voz nesses lugares é desviado pelo demônio com cabeça de cão que não mostra sinal algum da verdade, seduzindo pelos Sagrados Mistérios, a menos que seu nome seja NEMO.


E tu não foste preparado mas conduzido, pois ante o portal do 15º Æthyr está escrito: Ele os mandará fortes desilusões, forçando-os a crer numa mentira. E também: O Senhor enrijeceu o coração do Faraó. E por último, que Deus tentou o homem. Mas tu tiveste a palavra e o sinal e autoridade de teu superior além da permissão dele. E fez bem quando ousas-te e quando não ousas-te. Pois ousadia não é presunção.


E ele disse mais: tu fizeste bem em conservar o silêncio, pois percebo quantas questões surgem em tua mente; e tu sabes que tanto a resposta quanto a pergunta são vãs. Pois NEMO tem tudo dentro de si. Ele foi onde não existe luz ou conhecimento apenas quando não mais necessitou.


Então nós saudamos silenciosamente, fazendo um certo sinal, chamado o sinal de Isis Regozijante. E ele fica para guardar o Æthyr, enquanto retorno ao banco de areia que é o leito do rio próximo ao deserto.



No leito do Rio próximo a Bou-Sada.
4 de Dezembro de 1909, 14:10 - 15:45.

Referências