Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
(9 revisões intermediárias por 3 usuários não estão sendo mostradas)
Linha 1: Linha 1:
{{esboço}}
{{esboço}}
{{93}}
{{93}}
'''Thelema''' se refere à doutrina ou filosofia religiosa difundida por Aleister Crowley a partir de 1904 nos moldes propostos pelo Liber AL vel Legis, publicação recebida por uma entidade auto-denominada "Aiwass", ministro de Cultura de Hoor-par-Kraat (o Deus Hórus).
'''Thelema''' prolongamento de 'thelo' (querer); uma determinação (a coisa propriamente), ou seja, (ativamente) escolha (especificamente, propósito, decreto; vontade abstrata) ou (passivamente) inclinação: – desejo, prazer, vontade.


Também se refere à doutrina ou filosofia religiosa difundida por Aleister Crowley a partir de 1904 nos moldes propostos pelo Liber AL vel Legis, publicação recebida por uma entidade auto-denominada "Aiwass", ministro de Cultura de Hoor-par-Kraat (o Deus Hórus).


De acordo com a filosofia thelêmica, o ser humano está afastado de sua condição divina não pela encarnação, conforme pregava, por exemplo, o gnosticismo, e sim pela simples não-conscientização desta natureza. Essa falta de consciência seria mantida por uma série de fatores, dentre os quais podem-se citar o conceito de pecado (enquanto restrição artificial dos impulsos naturais), o egocentrismmo e a entrega à vontade alheia ou aos vícios -- que no conceito thelêmico referem-se a qualquer atitude que controle a vontade ao invés de ser controlada por ela. Assim, cabia ao ser humano buscar uma profunda auto-consciência, chegando assim ao conhecimento do que foi chamado de Verdadeira Vontade (Thelema, do grego vontade), o objetivo primal da encarnação de um espírito individual.
De acordo com a filosofia thelêmica, o ser humano está afastado de sua condição divina não pela encarnação, conforme pregava, por exemplo, o gnosticismo, e sim pela simples não-conscientização desta natureza. Essa falta de consciência seria mantida por uma série de fatores, dentre os quais podem-se citar o conceito de pecado (enquanto restrição artificial dos impulsos naturais), o egocentrismmo e a entrega à vontade alheia ou aos vícios -- que no conceito thelêmico referem-se a qualquer atitude que controle a vontade ao invés de ser controlada por ela. Assim, cabia ao ser humano buscar uma profunda auto-consciência, chegando assim ao conhecimento do que foi chamado de Verdadeira Vontade (Thelema, do grego vontade), o objetivo primal da encarnação de um espírito individual.


==Antecedentes==
A palavra Thelema é incomum no Grego Clássico, significando o desejo, mesmo o sexual. Porém já se torna comum na Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o dialeto grego Koiné). Antigas escrituras cristãs utilizavam esta palavra por vezes para se referir à vontade humana, mas era mais usual como referência à vontade de Deus. Na oração do Pai Nosso, por exemplo, em "Venha a nós o Vosso reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu;" (Mateus 6:10), o original de "vontade" é θέλημα. Ainda no mesmo evangelho, em Mt 26:37, tem-se Jesus dizendo a Deus: "faça-se a Tua vontade", novamente com o termo Thelema no original. Ainda além, Santo Agostinho, em um sermão do Séc. V d.C., utiliza a frase "dilige et quod vis fac" ("ama e faze o que tu queres").
O texto renascentista "[[Hypnerotomachia Poliphili]]", creditado ao monge dominicano Francesco Colonna e com primeira publicação em 1449, possui uma personagem chamada Thelemia, representativa da vontade ou desejo, que em conjunto com Logistica (a razão) guiavam o protagonista Polifilo por sua jornada em busca de sua amada. Quase sempre, ao ser obrigado a escolher entre os conselhos de Logistica e Thelemia, Polifilio dava ouvidos à seus impulsos sexuais e não à lógica. Esse livro teve grande influência sobre outra obra de grande importância para a base filosófica thelemica, a novela do Séc. XVI, "Gargantua e Pantagruel", do monge franciscano François Rabelais. Neste texto clássico se descreve a "Abadia de Thélème", cuja única regra consistia em "faix çe que tu veux" ("faze o que tu queres"). Já em meados do Séc. XVIII, Sir Francis Dashwood inscreve este adágio, que se tornaria o lema do Hellfire Club, na porta de entrada de sua própria abadia, em Medhenmam, Inglaterra. "Gargantua e Pantagruel" também é referenciado na novela de Sir Walter Besant e de James Rice, Os Monges de Thelema (1878), e na utopia A Construção de Thelema (1910), de C. R. Ashbee.


==Notas==
==Notas==
'''(1)- "Do what thou wilt shall be the whole of the Law"''' - a tradução utilizada é a de [[Marcelo Motta]], pois fora feita seguindo uma observação de Germer sobre a necessidade de se ter o mesmo número de letras do original (11). Infelizmente, não se pode traduzir apenas com monossílabos como ocorre no britânico. '''11''' é o número da '''Grande Obra'''.  
'''(1) "Do what thou wilt shall be the whole of the Law"''' - a tradução utilizada é a de [[Marcelo Motta]], pois fora feita seguindo uma observação de Germer sobre a necessidade de se ter o mesmo número de letras do original (11). Infelizmente, não se pode traduzir apenas com monossílabos como ocorre no britânico. '''11''' é o número da '''Grande Obra'''.  


'''(2) - "Está escrito que 'Amor é a lei, amor sob vontade'.''' Aqui há um Arcano Velado, pois no idioma grego AGAPE- Amor, tem o mesmo valor numérico que THELEMA - Vontade. Por isto nós compreendemos que a natureza da Vontade Universal é Amor".  
'''(2) "Está escrito que 'Amor é a lei, amor sob vontade'.''' Aqui há um Arcano Velado, pois no idioma grego AGAPE- Amor, tem o mesmo valor numérico que THELEMA - Vontade. Por isto nós compreendemos que a natureza da Vontade Universal é Amor".  


'''Liber CL - De Lege Libellum'''
'''Liber CL - De Lege Libellum'''


==Ver também==
==Ver também==
 
*[[93]]
*[[Agape]]
*[[Agape]]
*[[Guia da Transformação|Guia de Transformação Thelêmico]]
*[[Guia da Transformação|Guia de Transformação Thelêmico]]
*[[Livro da Lei]]
*[[Livro da Lei]]
*[[Aeon]]
*[[Aeon]]
== Links Externos ==
*[http://www.artemagicka.com/artigos/thelema.htm Thelema: Uma Religião da Nova Era]
*[http://www.thelemicknights.org/ootmc/rabelais/rabelais.html: Francois Rabelais]
*[http://hadnu.org/os-antecedentes-de-thelema Os Antecedentes de Thelema] - Crowley sobre as origens de "Faze o que tu queres"


[[Categoria:Religiões]]
[[Categoria:Religiões]]
[[Categoria:Thelema]]
[[Categoria:Thelema]]
[[Categoria:Termos Thelêmicos]]
[[Categoria:Termos Thelêmicos]]

Edição das 16h52min de 27 de setembro de 2010

01-100.jpg

Este artigo é somente um esboço para um artigo mais completo. Siga-nos das redes sociais
para acompanhar os lançamentos Facebook ou Instagram Se tiver login, acrescente alguma informação!

Thelema prolongamento de 'thelo' (querer); uma determinação (a coisa propriamente), ou seja, (ativamente) escolha (especificamente, propósito, decreto; vontade abstrata) ou (passivamente) inclinação: – desejo, prazer, vontade.

Também se refere à doutrina ou filosofia religiosa difundida por Aleister Crowley a partir de 1904 nos moldes propostos pelo Liber AL vel Legis, publicação recebida por uma entidade auto-denominada "Aiwass", ministro de Cultura de Hoor-par-Kraat (o Deus Hórus).

De acordo com a filosofia thelêmica, o ser humano está afastado de sua condição divina não pela encarnação, conforme pregava, por exemplo, o gnosticismo, e sim pela simples não-conscientização desta natureza. Essa falta de consciência seria mantida por uma série de fatores, dentre os quais podem-se citar o conceito de pecado (enquanto restrição artificial dos impulsos naturais), o egocentrismmo e a entrega à vontade alheia ou aos vícios -- que no conceito thelêmico referem-se a qualquer atitude que controle a vontade ao invés de ser controlada por ela. Assim, cabia ao ser humano buscar uma profunda auto-consciência, chegando assim ao conhecimento do que foi chamado de Verdadeira Vontade (Thelema, do grego vontade), o objetivo primal da encarnação de um espírito individual.

Antecedentes

A palavra Thelema é incomum no Grego Clássico, significando o desejo, mesmo o sexual. Porém já se torna comum na Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o dialeto grego Koiné). Antigas escrituras cristãs utilizavam esta palavra por vezes para se referir à vontade humana, mas era mais usual como referência à vontade de Deus. Na oração do Pai Nosso, por exemplo, em "Venha a nós o Vosso reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu;" (Mateus 6:10), o original de "vontade" é θέλημα. Ainda no mesmo evangelho, em Mt 26:37, tem-se Jesus dizendo a Deus: "faça-se a Tua vontade", novamente com o termo Thelema no original. Ainda além, Santo Agostinho, em um sermão do Séc. V d.C., utiliza a frase "dilige et quod vis fac" ("ama e faze o que tu queres").

O texto renascentista "Hypnerotomachia Poliphili", creditado ao monge dominicano Francesco Colonna e com primeira publicação em 1449, possui uma personagem chamada Thelemia, representativa da vontade ou desejo, que em conjunto com Logistica (a razão) guiavam o protagonista Polifilo por sua jornada em busca de sua amada. Quase sempre, ao ser obrigado a escolher entre os conselhos de Logistica e Thelemia, Polifilio dava ouvidos à seus impulsos sexuais e não à lógica. Esse livro teve grande influência sobre outra obra de grande importância para a base filosófica thelemica, a novela do Séc. XVI, "Gargantua e Pantagruel", do monge franciscano François Rabelais. Neste texto clássico se descreve a "Abadia de Thélème", cuja única regra consistia em "faix çe que tu veux" ("faze o que tu queres"). Já em meados do Séc. XVIII, Sir Francis Dashwood inscreve este adágio, que se tornaria o lema do Hellfire Club, na porta de entrada de sua própria abadia, em Medhenmam, Inglaterra. "Gargantua e Pantagruel" também é referenciado na novela de Sir Walter Besant e de James Rice, Os Monges de Thelema (1878), e na utopia A Construção de Thelema (1910), de C. R. Ashbee.

Notas

(1) "Do what thou wilt shall be the whole of the Law" - a tradução utilizada é a de Marcelo Motta, pois fora feita seguindo uma observação de Germer sobre a necessidade de se ter o mesmo número de letras do original (11). Infelizmente, não se pode traduzir apenas com monossílabos como ocorre no britânico. 11 é o número da Grande Obra.

(2) "Está escrito que 'Amor é a lei, amor sob vontade'. Aqui há um Arcano Velado, pois no idioma grego AGAPE- Amor, tem o mesmo valor numérico que THELEMA - Vontade. Por isto nós compreendemos que a natureza da Vontade Universal é Amor".

Liber CL - De Lege Libellum

Ver também

Links Externos