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'''Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei(1)'''
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'''Thelema''' prolongamento de 'thelo' (querer); uma determinação (a coisa propriamente), ou seja, (ativamente) escolha (especificamente, propósito, decreto; vontade abstrata) ou (passivamente) inclinação: – desejo, prazer, vontade.


A base do sistema mágico desenvolvido por [[Aleister Crowley]], após o recebimento do Livro da Lei, em 1904.  
Também se refere à doutrina ou filosofia religiosa difundida por Aleister Crowley a partir de 1904 nos moldes propostos pelo Liber AL vel Legis, publicação recebida por uma entidade auto-denominada "Aiwass", ministro de Cultura de Hoor-par-Kraat (o Deus Hórus).


'''Thelema (2)''' tem por objetivo a harmonização do homem consigo mesmo, e consequentemente com o universo, através do descobrimento do conceito denominado '''[[Verdadeira Vontade]]'''.  
De acordo com a filosofia thelêmica, o ser humano está afastado de sua condição divina não pela encarnação, conforme pregava, por exemplo, o gnosticismo, e sim pela simples não-conscientização desta natureza. Essa falta de consciência seria mantida por uma série de fatores, dentre os quais podem-se citar o conceito de pecado (enquanto restrição artificial dos impulsos naturais), o egocentrismmo e a entrega à vontade alheia ou aos vícios -- que no conceito thelêmico referem-se a qualquer atitude que controle a vontade ao invés de ser controlada por ela. Assim, cabia ao ser humano buscar uma profunda auto-consciência, chegando assim ao conhecimento do que foi chamado de Verdadeira Vontade (Thelema, do grego vontade), o objetivo primal da encarnação de um espírito individual.


Uma melhor explicação está na '''Mensagem do Mestre Therion''', ou '''Liber II''':
==Antecedentes==
A palavra Thelema é incomum no Grego Clássico, significando o desejo, mesmo o sexual. Porém já se torna comum na Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o dialeto grego Koiné). Antigas escrituras cristãs utilizavam esta palavra por vezes para se referir à vontade humana, mas era mais usual como referência à vontade de Deus. Na oração do Pai Nosso, por exemplo, em "Venha a nós o Vosso reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu;" (Mateus 6:10), o original de "vontade" é θέλημα. Ainda no mesmo evangelho, em Mt 26:37, tem-se Jesus dizendo a Deus: "faça-se a Tua vontade", novamente com o termo Thelema no original. Ainda além, Santo Agostinho, em um sermão do Séc. V d.C., utiliza a frase "dilige et quod vis fac" ("ama e faze o que tu queres").


O texto renascentista "[[Hypnerotomachia Poliphili]]", creditado ao monge dominicano Francesco Colonna e com primeira publicação em 1449, possui uma personagem chamada Thelemia, representativa da vontade ou desejo, que em conjunto com Logistica (a razão) guiavam o protagonista Polifilo por sua jornada em busca de sua amada. Quase sempre, ao ser obrigado a escolher entre os conselhos de Logistica e Thelemia, Polifilio dava ouvidos à seus impulsos sexuais e não à lógica. Esse livro teve grande influência sobre outra obra de grande importância para a base filosófica thelemica, a novela do Séc. XVI, "Gargantua e Pantagruel", do monge franciscano François Rabelais. Neste texto clássico se descreve a "Abadia de Thélème", cuja única regra consistia em "faix çe que tu veux" ("faze o que tu queres"). Já em meados do Séc. XVIII, Sir Francis Dashwood inscreve este adágio, que se tornaria o lema do Hellfire Club, na porta de entrada de sua própria abadia, em Medhenmam, Inglaterra. "Gargantua e Pantagruel" também é referenciado na novela de Sir Walter Besant e de James Rice, Os Monges de Thelema (1878), e na utopia A Construção de Thelema (1910), de C. R. Ashbee.


'''"Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei."'''
==Notas==
'''(1) "Do what thou wilt shall be the whole of the Law"''' - a tradução utilizada é a de [[Marcelo Motta]], pois fora feita seguindo uma observação de Germer sobre a necessidade de se ter o mesmo número de letras do original (11). Infelizmente, não se pode traduzir apenas com monossílabos como ocorre no britânico. '''11''' é o número da '''Grande Obra'''.


'''"Não nenhuma lei além de faze o que tu queres."'''
'''(2) "Está escrito que 'Amor é a lei, amor sob vontade'.''' Aqui um Arcano Velado, pois no idioma grego AGAPE- Amor, tem o mesmo valor numérico que THELEMA - Vontade. Por isto nós compreendemos que a natureza da Vontade Universal é Amor".


'''"A palavra da lei é Thelema - Significa Vontade."'''
'''Liber CL - De Lege Libellum'''
 
 
A Chave desta Mensagem está nesta palavra: Vontade. O primeiro, óbvio significado desta Lei é confirmado por antítese: "A palavra do Pecado é Restrição."
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Novamente: "Tu não tens o direito a não ser fazer a tua vontade. Faze aquilo e nenhum outro dirá não. Pois vontade pura, desembaraçada do propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita".
Considerai isto cuidadosamente; parece insinuar uma teoria de que, se todo homem e toda mulher fizesse a vontade dele ou a vontade dela - a real vontade - não haveria conflito. "Todo homem e toda mulher é uma estrela", e cada estrela, move-se numa órbita determinada, sem interferência. Existe lugar para todos; é apenas a desordem que causa confusão.
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Destas considerações deve tornar-se claro que "Faze o que tu queres" não quer dizer "Faze o que quiseres". A '''Lei''' é a apoteose da liberdade; mas é também a mais estrita das injunções.
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Faze o que tu queres - então faze nada mais. Deixa que nada te desvie daquela tarefa austera e santa Liberdade para fazer a tua vontade é absoluta, mas procura fazer qualquer outra coisa, e instantaneamente obstáculos devem levantar-se. Todo ato que não está definitivamente no curso daquela órbita única é um ato errático e um empecilho. A vontade não pode ser duas, mas uma.
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Nota, além disto, que essa vontade não deve apenas ser pura, isto é, única, como foi explicado acima; deve também ser "desembaraçada do propósito".
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Esta expressão estranha deve fazer-nos pausar. Pode significar que qualquer propósito naquela vontade a embotaria; claramente, a "ânsia de resultado" é uma coisa de que a vontade deve ser livre.
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Mas esta expressão também pode ser interpretada como se lesse "com propósito desembaraçado" - isto é, com energia incansável. A concepção é, portanto, de um movimento eterno, infinito e inalterável. Isto é Nirvana, somente, dinâmico em vez de parado - o que vem no fim a ser a mesma coisa.
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A óbvia tarefa prática do mago é, portanto descobrir qual é realmente a sua vontade, para que ele possa fazer a sua vontade desta forma; isto pode ser conseguido melhor pelas práticas de '''Liber Thisarb''' (Tratando de Memória Mágica - a memória das encarnações passadas) ou outras tais que sejam ocasionalmente prescritas.
<br><br>
Deveria ser agora perfeitamente simples para todo mundo a essência da Mensagem do Mestre Therion.
 
Tu deves:
 
 
1) Descobrir qual é a tua Vontade.
 
2) Fazer a tua Vontade com:


a) unidade de propósito;<br>
==Ver também==
b) desprendimento;<br>
*[[93]]
c) paz.
*[[Agape]]
*[[Guia da Transformação|Guia de Transformação Thelêmico]]
*[[Livro da Lei]]
*[[Aeon]]


 
== Links Externos ==
Então, e somente então, tu estás em harmonia com o Movimento Cósmico, tua vontade parte da, e portanto igual à, Vontade de Deus. E desde que a Vontade não é mais que o aspecto dinâmico do ente, e desde que dois entes diversos não podem possuir vontades idênticas, então, se tua vontade é a vontade de Deus - Tu és Aquilo.
*[http://www.artemagicka.com/artigos/thelema.htm Thelema: Uma Religião da Nova Era]
<br><br>
*[http://www.thelemicknights.org/ootmc/rabelais/rabelais.html: Francois Rabelais]
Há apenas uma outra palavra a explicar. Em outra parte está escrito - certamente para nosso grande conforto - "'''Amor é a lei, amor sob vontade'''".  
*[http://hadnu.org/os-antecedentes-de-thelema Os Antecedentes de Thelema] - Crowley sobre as origens de "Faze o que tu queres"
<br><br>
Isso significa que, enquanto a Vontade é a Lei, a natureza dessa Vontade é Amor. Mas este Amor é como que um sub-produto daquela Vontade; não contradiz nem sobrepuja aquela Vontade; e se em qualquer crise uma contradição se erguer, é a Vontade que nos guiará corretamente. Vede, enquanto no Livro da Lei há muito escrito sobre o Amor, não existe nele nada de Sentimentalismo. O Ódio mesmo é quase como o Amor! Lutar é certamente Amor! "Lutai como irmãos"! Todas as raças másculas do mundo compreendem isto.  
<br>
O Amor de '''Liber Legis''' é sempre ousado, viril, orgiástico mesmo. Existe delicadeza, mas é a delicadeza da força. Poderoso, terrível e glorioso como é, porém, é apenas a flâmula sobre a sagrada lança da '''Vontade''', a inscrição damascena na lâmina das espadas dos Monges-Cavaleiros de Thelema.
 
 
'''Amor é a lei, amor sob vontade'''
 
 
'''(1)- "Do what thou wilt shall be the whole of the Law"''' - a tradução utilizada é a de [[Marcelo Motta]], pois fora feita seguindo uma observação de Germer sobre a necessidade de se ter o mesmo número de letras do original (11). Infelizmente, não se pode traduzir apenas com monossílabos como ocorre no britânico. '''11''' é o número da '''Grande Obra'''.
 
'''(2) - "Está escrito que 'Amor é a lei, amor sob vontade'.''' Aqui há um Arcano Velado, pois no idioma grego AGAPE- Amor, tem o mesmo valor numérico que THELEMA - Vontade. Por isto nós compreendemos que a natureza da Vontade Universal é Amor".
 
'''Liber CL - De Lege Libellum'''




[[Categoria:Religiões]]
[[Categoria:Religiões]]
[[Categoria:Thelema]]
[[Categoria:Thelema]]
[[Categoria:Termos Thelêmicos]]

Edição das 16h52min de 27 de setembro de 2010

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Thelema prolongamento de 'thelo' (querer); uma determinação (a coisa propriamente), ou seja, (ativamente) escolha (especificamente, propósito, decreto; vontade abstrata) ou (passivamente) inclinação: – desejo, prazer, vontade.

Também se refere à doutrina ou filosofia religiosa difundida por Aleister Crowley a partir de 1904 nos moldes propostos pelo Liber AL vel Legis, publicação recebida por uma entidade auto-denominada "Aiwass", ministro de Cultura de Hoor-par-Kraat (o Deus Hórus).

De acordo com a filosofia thelêmica, o ser humano está afastado de sua condição divina não pela encarnação, conforme pregava, por exemplo, o gnosticismo, e sim pela simples não-conscientização desta natureza. Essa falta de consciência seria mantida por uma série de fatores, dentre os quais podem-se citar o conceito de pecado (enquanto restrição artificial dos impulsos naturais), o egocentrismmo e a entrega à vontade alheia ou aos vícios -- que no conceito thelêmico referem-se a qualquer atitude que controle a vontade ao invés de ser controlada por ela. Assim, cabia ao ser humano buscar uma profunda auto-consciência, chegando assim ao conhecimento do que foi chamado de Verdadeira Vontade (Thelema, do grego vontade), o objetivo primal da encarnação de um espírito individual.

Antecedentes

A palavra Thelema é incomum no Grego Clássico, significando o desejo, mesmo o sexual. Porém já se torna comum na Septuaginta (versão da Bíblia hebraica para o dialeto grego Koiné). Antigas escrituras cristãs utilizavam esta palavra por vezes para se referir à vontade humana, mas era mais usual como referência à vontade de Deus. Na oração do Pai Nosso, por exemplo, em "Venha a nós o Vosso reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu;" (Mateus 6:10), o original de "vontade" é θέλημα. Ainda no mesmo evangelho, em Mt 26:37, tem-se Jesus dizendo a Deus: "faça-se a Tua vontade", novamente com o termo Thelema no original. Ainda além, Santo Agostinho, em um sermão do Séc. V d.C., utiliza a frase "dilige et quod vis fac" ("ama e faze o que tu queres").

O texto renascentista "Hypnerotomachia Poliphili", creditado ao monge dominicano Francesco Colonna e com primeira publicação em 1449, possui uma personagem chamada Thelemia, representativa da vontade ou desejo, que em conjunto com Logistica (a razão) guiavam o protagonista Polifilo por sua jornada em busca de sua amada. Quase sempre, ao ser obrigado a escolher entre os conselhos de Logistica e Thelemia, Polifilio dava ouvidos à seus impulsos sexuais e não à lógica. Esse livro teve grande influência sobre outra obra de grande importância para a base filosófica thelemica, a novela do Séc. XVI, "Gargantua e Pantagruel", do monge franciscano François Rabelais. Neste texto clássico se descreve a "Abadia de Thélème", cuja única regra consistia em "faix çe que tu veux" ("faze o que tu queres"). Já em meados do Séc. XVIII, Sir Francis Dashwood inscreve este adágio, que se tornaria o lema do Hellfire Club, na porta de entrada de sua própria abadia, em Medhenmam, Inglaterra. "Gargantua e Pantagruel" também é referenciado na novela de Sir Walter Besant e de James Rice, Os Monges de Thelema (1878), e na utopia A Construção de Thelema (1910), de C. R. Ashbee.

Notas

(1) "Do what thou wilt shall be the whole of the Law" - a tradução utilizada é a de Marcelo Motta, pois fora feita seguindo uma observação de Germer sobre a necessidade de se ter o mesmo número de letras do original (11). Infelizmente, não se pode traduzir apenas com monossílabos como ocorre no britânico. 11 é o número da Grande Obra.

(2) "Está escrito que 'Amor é a lei, amor sob vontade'. Aqui há um Arcano Velado, pois no idioma grego AGAPE- Amor, tem o mesmo valor numérico que THELEMA - Vontade. Por isto nós compreendemos que a natureza da Vontade Universal é Amor".

Liber CL - De Lege Libellum

Ver também

Links Externos