Primeiro Concílio de Constantinopla: mudanças entre as edições

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Ainda durante a discussão [[Arianismo|ariana]], levantou-se o [[bispo]] [[Apolinário de Laodicéia]], que para refutar o argumento ariano de que não seria possível a união do verdadeiro [[Deus]] com a humanidade em Jesus Cristo, expôs sua doutrina, segundo a qual a ''alma racional'' de Jesus era o próprio [[Verbo Divino]]. Nesta época acreditava-se que todo o ser humano era formado por um corpo, uma alma animal (que era a essência de vida), e uma alma racional, e esta seria a base da personalidade e intelecto do indivíduo. Para Apolinário, Jesus possui um corpo e uma alma animal puramente humana, mas sua mente e personalidade eram apenas divinas. Embora esta ideia não parecesse má à primeira vista, e até se encaixasse dentro da proposta dos teólogos de Alexandria, logo os antiocanos perceberam que ela punha por terra toda a essência da encarnação de Cristo, pois afinal um ser que ao invés da alma racional, possuísse o próprio verbo divino, não poderia ser plenamente humano, já que é lá que se encontram os desejos e sentimentos humanos. A controvérsia durou mais alguns anos até 381, quanto o argumento antiocano se sobressaíu e a forma extrema da [[cristologia]] Alexandrina foi condenada.
Ainda durante a discussão [[Arianismo|ariana]], levantou-se o [[bispo]] [[Apolinário de Laodicéia]], que para refutar o argumento ariano de que não seria possível a união do verdadeiro [[Deus]] com a humanidade em Jesus Cristo, expôs sua doutrina, segundo a qual a ''alma racional'' de Jesus era o próprio [[Verbo Divino]]. Nesta época acreditava-se que todo o ser humano era formado por um corpo, uma alma animal (que era a essência de vida), e uma alma racional, e esta seria a base da personalidade e intelecto do indivíduo. Para Apolinário, Jesus possui um corpo e uma alma animal puramente humana, mas sua mente e personalidade eram apenas divinas. Embora esta ideia não parecesse má à primeira vista, e até se encaixasse dentro da proposta dos teólogos de Alexandria, logo os antiocanos perceberam que ela punha por terra toda a essência da encarnação de Cristo, pois afinal um ser que ao invés da alma racional, possuísse o próprio verbo divino, não poderia ser plenamente humano, já que é lá que se encontram os desejos e sentimentos humanos. A controvérsia durou mais alguns anos até 381, quanto o argumento antiocano se sobressaíu e a forma extrema da [[cristologia]] Alexandrina foi condenada.
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[[Categoria:Concílios ecuménicos]]
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[[Categoria:Concílios ecuménicos|Constantinopla,1]]
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Edição atual tal como às 18h21min de 4 de janeiro de 2007

Primeiro Concílio de Constantinopla
Data 381
Aceite por Católicos, Ortodoxos e Protestantes
Concílio anterior Primeiro Concílio de Nicéia
Concílio seguinte Concílio de Éfeso
Convocado por Imperador Teodósio
Presidido por Timóteo de Alexandria, Melétio de Antioquia, Gregório Nanziano e Nectário de Constantinopla
Afluência 150 (sem representação da Igreja Ocidental)
Tópicos de discussão O arianismo e a divindade do Espírito Santo
Documentos e deliberações Atualização do Credo Niceno
Lista cronológica dos concílios ecuménicos

No Primeiro Concílio de Constantinopla, que se realizou em 381, foi debatida a natureza de Cristo e o arianismo.

Desde o início da Igreja Cristã grandes controvérsias surgiram em torno da pessoa de Jesus Cristo. No oriente dois grandes centros teológicos se opuseram nesta questão: Alexandria e Antioquia. Em Alexandria, a Bíblia era vista sob os holofotes da filosofia, e posta acima dela como um conjunto de alegorias das quais era possível retirar verdades eternas e imutáveis, quanto a Jesus, o destaque era dado à sua função de portador destas verdades e não à sua pessoa "por isso os teólogos Alexandrinos davam ênfase especial à divindade de Jesus Cristo".

Já em Antioquia a situação era oposta. Por causa de sua proximidade com a Palestina e a inevitável relação com o Jesus histórico, os antiocanos sempre tenderam a avaliar as escrituras em seu contexto mais literal. "Desta perspectiva, ao falar da pessoa de Jesus Cristo, o importante não era sua função como mestre de verdades eternas, ou como revelação do Pai inefável, mas sua realidade histórica, sua humanidade, que era como a nossa."

A controvérsia no entanto, não estava em aceitar ou não a divindade ou a humanidade de Jesus, porque desde o começo a Igreja teve de enfrentar heresias a este respeito, como os docetistas que negavam que Jesus tivesse vindo em carne, ou como os seguidores de Luciano de Samósata que afirma ser Jesus unicamente homem, por isso a essa altura a igreja já tinha seus limites bem determinados e qualquer que negasse uma das naturezas de Cristo seria declarado herege sem debate algum. A polémica não girou em torno do ser Cristo humano e divino, mas sim em como isto se deu.

Ainda durante a discussão ariana, levantou-se o bispo Apolinário de Laodicéia, que para refutar o argumento ariano de que não seria possível a união do verdadeiro Deus com a humanidade em Jesus Cristo, expôs sua doutrina, segundo a qual a alma racional de Jesus era o próprio Verbo Divino. Nesta época acreditava-se que todo o ser humano era formado por um corpo, uma alma animal (que era a essência de vida), e uma alma racional, e esta seria a base da personalidade e intelecto do indivíduo. Para Apolinário, Jesus possui um corpo e uma alma animal puramente humana, mas sua mente e personalidade eram apenas divinas. Embora esta ideia não parecesse má à primeira vista, e até se encaixasse dentro da proposta dos teólogos de Alexandria, logo os antiocanos perceberam que ela punha por terra toda a essência da encarnação de Cristo, pois afinal um ser que ao invés da alma racional, possuísse o próprio verbo divino, não poderia ser plenamente humano, já que é lá que se encontram os desejos e sentimentos humanos. A controvérsia durou mais alguns anos até 381, quanto o argumento antiocano se sobressaíu e a forma extrema da cristologia Alexandrina foi condenada.