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Este artigo é parte integrante da série A Visão e a Voz - Liber 418

Liber 418: A Visão e a Voz, é considerado por Aleister Crowley como o segundo livro em importância, perdendo apenas para Liber AL vel Legis Para obtê-lo, Aleister Crowley e seu discípulo, o poeta inglês Victor Benjamin Neuburg, viajaram as terras áridas da Argélia e ali realizaram invocações específicas valendo-se do sistema enoquiano de John Dee e Edward Kelley.


A INVOCAÇÃO DO 6º ÆTHYR CHAMADO MAZ


Entra na pedra o grande Anjo chamado Avé e nele estão os símbolos que competem por maestria... Enxofre e o Pentagrama equilibrados pela Suástica. São encontrados no nome de Avé e no nome do Æthyr . Por isso ele não é Hórus nem Osíris. É chamado de o esplendor de Thoth; e esse Ar é de difícil compreensão, pois as imagens vão e vem mais rápidas do que a luz. Elas são ilusões feitas pelo Macaco de Thoth. Então aprendo que não sou digno de entender os mistérios desse lugar. E tudo isso que vejo (todos os pensamentos que já tive) são, na verdade, um guardião do Æthyr.


Sinto-me impotente: uso todo tipo de encantamentos mágicos para adentrar o véu e, quanto mais me esforço, mais distante me encontro do sucesso. No entanto uma voz vem: Não deves entender usando tua sabedoria do mesmo modo que as pirâmides jazem abertas às estrelas?


Assim, espero numa posição mágica, mesmo não sendo a melhor para abrir o véu e acima, aparece o estrelado céu noturno e também uma estrela maior do que as outras. É uma estrela de oito raios. Eu a reconheço como a décima sétima chave do Tarô, a Estrela de Mercúrio. Sua luz provém do caminho de Aleph. E a letra Cheth também é parte da interpretação dessa estrela e os caminhos de he e vau são os pedaços que essa Estrela une. E no seu coração reside um extraordinário esplendor... um deus em pé na lua, brilhante além do imaginável. Parece a visão do Mercúrio Universal. Só que este é o Estável Mercúrio e He e vau são o enxofre e o sal. Então adentro o centro da confusão e moinhos de poeira estelares e grandes deuses esquecidos. Essa é a rodopiante Suástica que fia todas essas coisas, pois Ela está em Aleph por conta de sua forma e numeração e em Beth pela posição dos braços do Magista e em Gimel pelo sinal de Isis em Luto e, assim, está a Coroa protegida por esses três raios. Não são três vezes dezessete cinqüenta e um fracasso e dor?


Então sou expulso por essa Suástica negra com uma coroa de fogo.


E uma voz diz: Maldito seja aquele que desnudou o Altíssimo, pois ele embriagou-se do vinho que é o sangue dos adeptos. E BABALON embalou-o, no seu colo e no sono ela sumiu e deixou-o nu chamando o seu filho para junto dizendo: Acompanha-me para zombarmos da nudez do Altíssimo.


E o primeiro dos adeptos cobriu Sua vergonha com um pano, caminhando para trás e era da cor branca. E o segundo dos adeptos cobriu Sua vergonha com um pano, caminhando lateralmente e era amarelo. E o terceiro dos adeptos zombou de Sua nudez, caminhando para frente e era negro. Essas são as três grandes escolas dos Magi que também são os três Magi que dirigiram-se ao Local Sagrado e, por não possuir sabedoria, tu não saberás qual escola predomina, ou se as três escolas são uma. Pois os Irmãos Negros não ergueram suas cabeças na Sagrada Chokmah já que foram afogados no grande mar que é Binah, antes que a verdadeira vinha pudesse ser plantada no sagrado monte Sião.


Então, novamente, fico no centro e todas as coisas espiraladas estão em um incensante frenesi. E o pensamento de deus penetra na minha mente e brado em voz alta: Vê, o volúvel firmou-se e no coração do eterno movimento reside o terno repouso. Assim, a Paz fica abaixo do mar que enfurece com suas tempestades; assim é a lua inconstante, o planeta morto que não mais transla. O falcão que enxerga longe e que se lança igualmente longe está impassível no azul e também a íbis, de pernas longas, reflete solitária no signo do Enxofre. Vê, permaneço ante o Eterno no sinal do Entrante. E pela virtude de meu discurso ele fica envolto no silêncio e envolto no mistério por mim que sou o Revelador dos Mistérios. E embora eu seja sincero, me chamam, apropriadamente, Deus das Mentiras, pois a palavra é dupla e a verdade é uma. Ademais, permaneço no centro da teia da aranha da qual os filamentos dourados alcançam a eternidade.


Porém, tu que estás comigo e na visão espiritual, não estás pelo direito da Consecução e tu não podes permanecer neste lugar para contemplar como eu vou e volto e quem são os mentirosos apanhados em minha teia. Pois eu sou o mais intimo guardião que está perante o santuário.


Ninguém passará por mim ao menos que ceife minha vida e essa é a tua maldição pois, tendo matado-me, deves tomar o meu lugar e tornar-se o feitor de ilusões, o grande enganador, o armador de ciladas; ele que confunde até mesmo os que compreendem. Pois eu fico em cada caminho e coloco-os de lado da verdade pelas minhas palavras e minhas artes Mágicas.


E esse é o horror mostrado pelo lago próximo a Cidade dos Sete Montes e esse é o Mistério dos grandes profetas que vieram à humanidade. Moises e Buda e Lao Tan e Krishna e Jesus e Osíris e Mohamed; pois todos esses alcançaram o grau de Magus e por isso foram atados a maldição de Thoth. No entanto, sendo guardiões da verdade, eles ensinaram apenas mentiras, salvo aqueles que compreendem; pois a verdade não passa pelo Portal do Abismo.


Todavia o reflexo da verdade aparece nas Sephiroth inferiores. E o seu equilíbrio está na Beleza e por isso aqueles que procuram apenas a beleza chegam mais perto da verdade. Visto que a beleza recebe diretamente três raios das superiores e os outros não mais do que um. Por isso, aqueles que têm procurado majestade e poder e Vitória e aprendizado e felicidade e ouro tem se frustrado. E esses dizeres são as luzes da sabedoria pelas quais tu podes conhecer teu Mestre, pois ele é um Magus. E assim tu comeste da Romã no inferno, pois, parte do ano tu ocultaste e parte do ano revelaste.


Agora vejo o Templo que é o coração do Æthyr; uma Urna suspensa no ar, sem suporte, acima do centro de uma fonte. E a fonte tem oito pilares e um pavilhão acima, e por fora um círculo de mármore pedras de calçada e no exterior um grande circulo de pilares. E além fica a floresta de estrelas. Mas a Urna é algo maravilhoso; feita de denso Mercúrio e dentro estão as cinzas do Livro do Tarô, o qual foi totalmente consumido.


E esse é o mistério falado no Atos dos Apóstolos, que Júpiter e Mercúrio (Kether e Chokmah) visitaram (que é inspirado) Ephesus, a Cidade de Diana, Binah - não era Diana um pedra negra? E eles queimam seus livros de Magia.


Agora a Urna parece se tornar o centro do Espaço Infinito e Hadit é o fogo que consumiu o livro do Tarô. No livro estava preservada toda a sabedoria (pois o Tarô foi chamado o Livro de Thoth) do Æon que passou." E no Livro de Enoch foi dada a sabedoria do Novo Æon. E isso foi oculto por trezentos anos, pois ela foi tirada precocemente da Árvore da Vida pelas mãos de um magista desesperado. Pois isso foi o Metre do Magista que subverteu o poder da igreja Cristista; mas o pupilo rebelou-se contra o mestre, pois ele previu que o Novo (i.e. Protestante) seria pior que o anterior. Mas ele não entendeu o propósito de seu Mestre que era preparar o caminho para a destruição do Æon.


Há uma escrita sobre a Urna na qual posso ler as (duas) frases: Stabat Crux juxta Lucem. Stabat Lux juxta Crucem.


E acima, em Grego, apalavra "nox" e um círculo com uma cruz no centro, a cruz de St Andrews.


E acima dela um sigilo (?) oculto por uma mão.


E da Urna sai uma voz: Das cinzas do Tarô quem construirá o bastão da fênix? Nem mesmo ele que, por sua compreensão, construiu o bastão-lótus para crescer no Grande Mar. Dá tuas costas, pois tu não és Ateu e embora tenhas violado tua mãe, não assassinou teu pai. Dá tuas costas para a Urna; tuas cinzas não se encontram lá ocultas.


Então, novamente, ergueu-se o Deus Thoth, no sinal do Entrante, e trouxe o vidente ante tua face. E ele sentiu a noite estrelada na pequena vila no deserto.



Benishrur
10 de Dezembro de 1909, 17:40 as 21:40