Flávio Josefo

Revisão de 08h32min de 28 de julho de 2008 por Dyulax (discussão | contribs)
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Josephus.jpg

Flávio Josefo, Flávio José ou Flavius Josephus (c. 37 ou 38 –c. 100 ou 103) foi um historiador judeu do século I, com ascendência sacerdotal e real. Sobreviveu à Destruição de Jerusalém no ano de 70. Viveu em Roma. O seu nome original era Yosef Ben-Matityahu (Matias em grego).

Vida e Obra

Flávio Josefo desde cedo (existem relatos dos seus 19 anos) se notabilizou entre os fariseus da sociedade judaica. Em 64 seguiu numa embaixada a Roma onde defenderia com êxito a causa de alguns sacerdotes hebreus condenados pelo procônsul romano Félix. Participou na Grande Revolta Judaica de 68 a 70 d. C., como líder militar na Galileia. Contudo, em circunstâncias não muito bem esclarecidas, Josefo preferiu ser capturado pelas tropas romanas, na fortaleza de Jotapata, a participar num pacto suicida. Prisioneiro dos generais romanos Flávio Vespasiano e Flávio Tito, chegou mesmo a obter o seu favor e, devido a isso, adoptou o apelido de Flávio. Muito contribuiu para esse favor o facto de ter profetizado junto a Vespasiano a futura tomada do trono. Pouco depois da queda de Jerusalém, seguiu Tito até Roma. Recebeu a cidadania romana, uma pensão em Roma, assim como o livre acesso à corte de Tito e de Domiciano.

Escreveu um relato da Grande Revolta Judaica, dirigida à comunidade judaica da Mesopotâmia, em língua aramaica. Escreveu, depois, em grego, outra obra de cariz histórico que abarcava o período que vai dos Macabeus até à queda de Jerusalém. Este livro, a "Guerra Judaica", foi publicado em 79. A maior parte do livro é directamente inspirada na sua própria vida e experiência militar e administativa.

As Antiguidades Judaicas, (escritas cerca de 94 em grego, é a história dos Judeus desde a criação do Génesis até à irrupção da guerra da década de 60. Acrescentou, no final, um apêndice autobiográfico onde defende a sua posição colaboracionista em relação aos invasores romanos. O seu relato, ainda que com um paralelismo evidente em relação ao Antigo Testamento, não é idêntico ao das escrituras sagradas. Há quem defenda que estas diferenças se devam à possibilidade de Josefo ter tido acesso a documentos antigos (que remontariam até à época de Neemias) que teriam sobrevivido à destruição do templo. A maior parte dos académicos não dá crédito a tal suposição. Neste livro encontra-se o famoso Testimonium Flavianum, uma das referências mais antigas à Jesus mas considerada uma interpolação posterior por grande parte dos estudiosos.

Contra Ápion é outra obra importante deste autor, onde o Judaísmo é defendido como religião e filosofia realmente clássica, em contraponto às tradições mais recentes dos gregos. O livro serve para expor e refutar algumas alegações anti-semíticas de Ápion, bem como mitos antigos, como os de Maneton.

Links externos