Os signos do Zodíaco Áries (♈) Os Planetas Sol (☉) Outras informações |
A Astrologia (grego αστρολογία = άστρον, astron, "estrela" + λόγος, logos, "palavra, discurso") é um conhecimento tradicional dos povos da antigüidade na observação do céu e dos astros. Este conhecimento era utilizado pelas elites sacerdotais(como os magos da pérsia, difusores da técnica) para diversos tipos de previsões,tais como épocas certas para colheitas, e, com o tempo, previsões de fatos relativos aos reis e à nação, como previsões de guerras, catástrofes e sucessão de governantes.Deste conhecimento deriva a moderna astronomia, hoje dissociadas.O conhecimento astrológico largamente difundido hoje no ocidente(como o conhecimento dos signos do zodíaco) vem da astrologia dos povos do fértil crescente e,por conseguinte,do oriente médio.
Há, portanto, não uma, mas várias astrologias. Todas se baseiam, em alguma medida, nas posições relativas à Terra, e nas relações trigonométricas entre si, dos corpos celestes (principalmente Sol, Lua e planetas), e no movimento relativo de dois eixos terrestres, o Ascendente e o Meio do Céu. Estas posições no momento do nascimento, seja de uma pessoa, um objeto, um país ou um evento qualquer, compartilham de uma mesma configuração com este objeto, sendo portanto expressão deste.
Descrição
A base da astrologia é o mapa natal (também chamado carta natal, carta astrológica, mapa de nascimento, horóscopo ou apenas carta). Este mapa é um digrama bidimensional que representa a posição aparente dos corpos celestes vistos de certo local da Terra em um dado momento. A interpretação do mapa leva em consideração:
- os aspectos astrológicos: relação trigonométrica dos corpos celestes entre si,
- posição destes corpos em relação aos signos do zodíaco,
- posição destes corpos em relação ao horizonte (o ascendente), zênite e nadir, e em um dos sistemas de casas astrológicas.
Há, no entanto, diferenças na forma como estes três apoios básicos são usados nas diferentes tradições, as quais incluem: desenvolveram, ao observar o céu, um ou outro tipo de calendário, para medir as variações do clima no decorrer do ano. A função primordial destes calendários era prever eventos cíclicos dos quais dependia a sobrevivência humana, como a chegada das chuvas ou do frio. Esse conhecimento empírico foi a base de classificações variadas dos corpos celestes. As primeiras idéias de constelação surgiram dessa necessidade de acompanhar o movimento
- astrologia ocidental
- astrologia chinesa
- Jyotish ou Astrologia Védica
- astrologia cabalística
Também de maneira geral estas tradições incluem abordagens diferentes, entre elas:
- astrologia natal: estudo do mapa natal e seus desdobramentos
- astrologia horária: o ramo divinatório da astrologia (visto com ressalva por astrólogos de outras linhas), analisa um mapa feito para o momento em que a questão é formulada
- astrologia eletiva: a determinação do melhor momento para empreender algo
- astrologia mundial: correlação entre eventos históricos e aspectos entre os planetas lentos
- astrologia agrícola: o uso da posição dos planetas nas práticas agrícolas
Ao longo do tempo,a astrologia deixou sua marca na linguagem; influenza, nome antigo dado à gripe, veio a atribuição pelos médicos de causas planetárias à doença. Desastre vem do latim dis aster (má estrela), considerar de sider, porque se acreditava que o ferro vinha do espaço.
Embora a astrologia ocidental use quase que exclusivamente o zodíaco tropical, a astrologia hindu usa o zodíaco sideral, que indica a posição astronômica real dos astros no céu. O zodíaco tropical representa o zodíaco sideral da época de Ptolomeu.
Técnicas astrológicas
A Astrologia atual usa, em geral, uma codificação que estabelece o ser (ou país, cidade,etc) como o centro de um "mapa celeste", de 360 graus, o Zodíaco. A configuração do céu no momento do "nascimento" do ser ou evento, constitui o seu mapa astrológico conhecido também como Mapa Cosmo Análise Natal.
A elaboração do "mapa astrológico anual" consiste no cálculo de um novo mapa astrológico com a posição dos planetas no momento exato (do ano atual) em que o Sol passa novamente no mesmo lugar em que passou no dia do nascimento, o que acontece na data (ou próximo) do aniversário. Este novo mapa chama-se retorno solar ou revolução solar.
A análise anual do panorama individual baseia-se em um conjunto de técnicas sendo as mais usadas a progressão do mapa natal, que viso substituir as direções, ainda em uso; os trânsitos dos planetas sobre o mapa natal, e o retorno solar.
Muito usadas, ainda, são as técnicas tradicionais como a astrologia horária e a astrologia eletiva. Estas independem da astrologia natal, e são mais propriamente técnicas previsivas.
Conceitos clássicos
Os signos e as partes do corpo
Segundo Marco Manilius (século I) em seu poema Astronomica, os signos do zodíaco regem as partes do corpo na forma que segue:L
- Áries -- cabeça
- Touro -- pescoço e garganta
- Gêmeos -- pulmões, braços e ombros
- Câncer -- peito, seios e estômago
- Leão -- coração e parte superior das costas
- Virgem -- abdômen e aparelho digestivo
- Libra -- rins e região lombar
- Escorpião -- genitais
- Sagitário -- quadris e coxas
- Capricórnio -- joelhos e ossos
- Aquário -- pernas e tornozelos
- Peixes -- pés
A astrologia médica usa também associações entre planetas e partes do corpo. A astrologia de jornal conhecida popularmente como coluna de horóscopos em revistas femininas e jornais semanários, teve início nos anos 50. Sendo a parte mais simplificada da astrologia. Podendo ser diária, semanal e mensal.
As várias astrologias
Além da que se chama hoje ocidental, embora pela história acima se possa ver sua origem oriental, são praticadas hoje no mundo todo outras formas de astrologia.
Na China, a astrologia é conhecida a partir de 2000 a.C. Diz a tradição que Buda, ao morrer, chamou os animais para se despedir e somente 12 vieram e estes são os anos da Astrologia Chinesa.
A Índia conheceu a astrologia da Mesopotâmia quando foi invadida, por volta de 1500 a.C.
Os Astecas usavam uma astrologia com 20 signos. Um padre espanhol, que acompanhou a tomada de Hernán Cortés, codificou a astrologia dos Astecas.
Há várias correntes recentes - dos séculos XIX e XX - na astrologia. A astrologia inglesa do século XIX teve forte influência da teosofia, como praticada por Alice Bailey. Alan Leo e Charles Carter são dois de seus expoentes, e dessa linha surgiu a Faculdade de Astrologia de Londres.
Depois dos estudos de astrologia e alquimia por Carl Gustav Jung, a astrologia psicológica tomou corpo em bases principalmente junguianas, embora exista uma astrologia transpessoal baseada no trabalho de Roberto Assagioli.
Mais recentemente há um renascimento da astrologia clássica, com grande número de obras da antigüidade e renascença sendo retraduzidas para o inglês, a partir de originais em árabe, grego e latim. Esse esforço visa retomar o conhecimento antigo, limpando-o de adendos exóticos que redundaram em concepções simplistas sobre, por exemplo, os quatro elementos.
Teorias sobre o funcionamento da astrologia
Após a divisão da astronomia e a astrologia, sempre houve os que vêem a 'astrologia como pseudo-ciência que se utiliza de maneira mística dos conhecimentos de astronomia para tentar estabelecer relações entre o comportamento humano e as posições dos astros, tentando fazer previsões e predições baseadas nesses dados.
Muitos astrólogos atuais pensam que os astros influenciam a personalidade ou caracterísiticas de pessoas ou eventos que ocorrem na Terra, mas muitos outros pensam que há outra relação, que não a de influência, como a sincronicidade da astrologia psicológica de base junguiana.
Buscando ser aceita como ciência, a astrologia procurou preencher os dois critérios que a enquadrariam como tal:
- Previsibilidade: passível de ser comprovada por observadores de outras disciplinas científicas.
- Consistência: interna e externa, ou seja, no âmbito da filosofia das ciências.
A astrologia deveria demonstrar, portanto, que funciona, e explicar porque funciona.
Não há consenso sobre a forma como a astrologia funciona.
No curso da história, vemos o surgimento de explicações diferentes. Santo Alberto Magno pensava que, embora as estrelas não possam influenciar a alma humana, influenciam o corpo e a vontade humanos.
Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim (1486-1535) via o universo como o Unus Mundus, onde o que ocorre no mundo celestial chega até o mundo dos fenômenos, intermediado pela esfera dos corpos celestes. Nesta concepção, a relação entre a esfera dos corpos celestes e a esfera humana não é de causalidade, mas de analogia ou sincronicidade.
Cientistas de orientação biológica procuram a explicação nos ritmos e ciclos biológicos, como os circadianos e lunares. John Addey, astrólogo inglês, realizou vários levantamentos estatísticos em busca da comprovação de conceitos astrológicos, como o de quase mil nonagenários e a relação Sol-Saturno. Descobriu, assim, o significado das relações harmônicas entre períodos cósmicos.
Outra concepção é que a influência se dá através da variedade de raios cósmicos que chegam ao nosso planeta. Ebertin é um dos defensores desta hipótese.
Uma forma diferente de abordagem é a da sincronicidade, conceito expresso por Carl Gustav Jung. Jung estudou grande número de mapas de nascimento de casais, e descobriu relações interessantes entre os sóis e as luas dos cônjuges.
Astrólogos notáveis
- Ramsés II, c. 1300 a.C., Egito
- Assurbanipal, século VII a.C., Assíria
- Ptolomeu, c. 120-180, Alexandria
- Regiomontanus, 1436-1476
- Nicolau Copérnico, 1473-1543, Polônia
- Paracelso, 1490-1541
- Nostradamus, 1503-1566, França
- Tycho Brahe, 1546-1601
- Francis Bacon (filósofo)|Francis Bacon]], 1561-1626, Inglaterra
- Tommaso Campanella]], 1568-1639, Nápoles
- John Dee, 1527-1608, Inglaterra
- Johannes Kepler, 1571-1630
- Jean-Baptiste Morin, 1591-1659, França
- William Lilly, 1602-1681
- Alan Leo, 1866-1917, Inglaterra
- Evangeline Adams, 1865-1932, EUA
- Charles Carter, 1887-1968, Inglaterra
- Dane Rudhyar, 1895-1985
- Reinhold Ebertin, 1901-
- John Addey, 1920-1982
- Francisco Seabra, 1959-