Angels’ Alphabet.
O "Alfabeto dos Anjos" é mencionado nos antigos rituais do quarto grau ou Mestre Secreto de alguns Ritos, incluindo o Rito Escocês. Neste contexto, aparece a seguinte passagem: "Os setenta e dois nomes, como o nome da Divindade, devem ser levados à Árvore Cabalística e ao Alfabeto dos Anjos". A Árvore Cabalística é uma denominação dada pelos cabalistas à disposição das dez Sefirot.
O Alfabeto dos Anjos, chamado pelos hebreus de בתכ םכ״כרמה, "chetab hamalachim", ou a escrita dos anjos, é uma concepção que remonta a ideias antigas sobre a linguagem e o universo. Alguns escritores hebreus acreditavam que as estrelas no céu estavam dispostas na forma de letras, e que era possível ler nelas os eventos importantes que ocorreriam em todo o universo.
O filósofo hermético inglês Robert Flud, por exemplo, afirmou que existem caracteres no céu formados a partir da disposição das estrelas, assim como as linhas geométricas e as letras comuns são formadas a partir de pontos. Ele acrescentou que aqueles a quem Deus concedeu o conhecimento oculto de ler esses caracteres também conhecerão não só tudo o que vai acontecer, mas todos os segredos da filosofia.
Essas letras, dispostas na forma de estrelas, são chamadas de Alfabeto dos Anjos. Eles têm o poder e a articulação, mas não a forma das letras hebraicas, e os cabalistas dizem que foi com eles que Moisés escreveu as tábuas da lei.
Os astrólogos e, após eles, os alquimistas, fizeram muito uso deste alfabeto; e sua introdução em qualquer dos rituais de alto grau é uma evidência da influência exercida sobre esses graus pela filosofia hermética. O Alfabeto dos Anjos pode ser encontrado em algumas obras, como a Filosofia Oculta de Agrippa, o Oedipus Aegyptiacus de Kircher, e alguns outros escritores. Porém, para instruções completas sobre este assunto, devemos procurar nos livros místicos dos cabalistas.
Referência:
Albert G. MacKey - Encyclopedia of Freemasonry and its kindred sciences v1&v2 (1916)
![]() |
Este conteúdo pertence à categoria Maçonaria. Quer sugerir algo? Não hesite daemonos@ocultura.org.br |