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História

Na mitologia egípcia, Nuit era a deusa dos céus, ao contrário de muitas outras mitologias, onde o Pai dos Céus é quase sempre uma figura masculina. Nuit é a filha de Shu e Tefnut. Ela era uma do Grupo dos nove.

, o deus do sol entrou em sua boca após o pôr-do-sol no anoitecer e renasceu de sua vulva na manhã seguinte. Ela também engoliu e renasceu as estrelas.

Ela era a deusa da morte, e sua imagem está no lado de dentro da maioria dos sarcófagos. O faraó entrava no corpo dela após a morte e posteriormente era ressuscitado.

Na arte, Nuit é representada como uma mulher sem roupas, cobertas com as estrelas e sustentada por Shu; o oposto a ela (o céu), é o seu marido, Seb (a Terra). Com Seb, ela foi a mãe de Osíris, Ísis, Set, e Néftis.

Alternativas: Nu, Nut

Curiosamente, o francês nuit significa "noite".[1]

Detalhe da criação do cosmo no sarcófago de Butehamon.[2] [3]

Culto

No túmulo de Tutankhamon foi encontrado junto a sua múmia um peitoral no qual era invocado a proteção desta deusa: “Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras estrelas”.

Nuit & Thelema

Nuit (Nu, Nut, ou Nuith) é uma das três deidades do Panteão Thelêmico, juntamente a Hadit e Ra-Hoor-Khuit. Ela é tradicionalmente associada à Deusa egípcia do céu noturno, simbolizando a vastidão do espaço, a infinitude e o potencial ilimitado. É a principal oradora no primeiro capítulo do Livro da Lei e o complemento feminino de Hadit.

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Nuit é descrita como a "deusa-estrela" (star-goddess) e é frequentemente retratada como uma deusa azul, alta e esbelta, arqueando-se sobre a terra em uma posição que lembra a letra grega "Ω" (ômega). Ela representa o princípio feminino, o aspecto receptivo do universo, e é concebida como o espaço infinito que contém todas as possibilidades e todas as coisas. É o círculo infinitamente vasto cuja circunferência é incomensurável e cujo centro está em toda parte.

No primeiro capítulo do Livro da Lei, Nuit se manifesta. Abaixo alguns versos seguidos do comentário do próprio Crowley[4], onde a Deusa se apresenta:

1. Had! A manifestação de Nuit.

Nuit definida. Nuit é tudo o que pode ser, e é revelada por meio de qualquer um que seja.

13.Eu estou sobre vós e em vós. O meu êxtase está no vosso. O meu prazer é ver o vosso prazer.

Nuit expressa em um Eidolon. Nuit é formada em uma imagem de uma Mulher, para que ela possa ser o símbolo de todas as maneiras de seguir no Amor.

Sua relação com a Humanidade. Ela é nosso Objetivo e a própria essência de nossa Vontade interior.

Sua Alegria Maternal como a Natureza. Ela é a Natureza, que se alegra com o nascimento de tudo o que surge.

21. Com o Deus e o Adorador Eu nada sou; eles não me veem. Eles estão assim sobre a terra; Eu sou Céu, e não há outro Deus além de mim e de meu senhor Hadit.

Nuit definiu ainda Sua relação com Deuses, Homens, Céu, Terra e com Seu Senhor Hadit. Nuit não é contemplada por nenhum Deus ou Homem; pois eles são Eventos fixos, são Fatos, enquanto Ela é o eternamente a ser. Portanto, Ela é digna de ser reconhecida, assim como o Ser que pode desfrutar de Seu Amor; não busque as alegrias que, sendo reais, cessam de exalar êxtase.

22. Agora, portanto, Eu sou conhecida entre vós pelo meu nome Nuit, e por ele através de um nome secreto que Eu lhe darei quando finalmente me conhecer. Uma vez que Eu sou o Espaço Infinito e as Infinitas Estrelas deste, fazei vós também assim. Nada ateis! Que não se faça diferença entre vós e uma coisa e qualquer outra coisa; pois disto resulta dor.

Seu Nome: 666 é ensinado um nome ainda mais sagrado. Nuit é o nome pelo qual esse Anseio Estelar será conhecido pelos homens; a mim, a Besta, ela deu um Nome secreto naquela Grande Noite em que alcancei a Unidade perfeita com Todas as coisas que pudessem existir.

Nuit ainda mais definida. Realidade e ilusão: o Nenhum, o Um, Muitos e o Todo, identificados através Dela. Nuit é o Espaço além da ideia de Limite ou Medida; Ela é também Todos os Pontos de Vista, assim como Todas as Vistas vistas a partir deles. Nada restrinja, pois todas as coisas pertencem a Ela igualmente, e Sua Natureza é compor o Todo no Um e no Nada. Uma coisa no final é como todas as outras; a aparência de não serem iguais vem como um sonho da escolha de imagens segundo o próprio coração para adorá-las; assim, cada uma, embora verdadeira como uma do Todo, é falsa se pensada como separada das demais.

64.  Eu sou a filha de pálpebras azuis do pôr do sol; Eu sou o brilho nu do voluptuoso céu noturno.

65. A mim! A mim!

Nuit: Sua última manifestação de Si mesma em um Arrebatamento Lírico. Agora, em um brilho lírico de música, Nuit declara a Si mesma como filha do Pôr do Sol e da Verdade Brilhante da Noite, chamando todas as Almas para o seu objetivo supremo de Alegria de se Realizarem nela.

Segundo Kaczynski[5]:

"Aiwass descreveu a deusa egípcia do céu, Nuit, que representava o universo, infinito e completo. Embora todas as coisas fizessem parte dela, ela se separou voluntariamente em elementos distintos, identidades e objetos para que todo o universo pudesse experimentar a alegria da união. Sua mensagem era clara o suficiente: "Pois eu sou dividida por amor, pela chance da união. Sacie-se e queira o amor como quiser, quando, onde e com quem quiser! Mas sempre a mim. O amor é a lei, o amor sob vontade."


Referências

  1. Wikipedia. Retirado dia 19/10/2004 e.v.
  2. Detalhe da criação do cosmo no sarcófago de Butehamon. Fonte da imagem: MARIE, Rose; HAGEN, Rainer. Egipto. (Tradução de Maria da Graça Crespo) 1ª Edição. Lisboa: Editora Taschen, 1999. P 179
  3. http://arqueologiaegipcia.com.br/2013/06/29/detalhe-da-criacao-do-cosmo-no-sarcofago-de-butehamon/
  4. Djerisdensis
  5. KACZYNSKI, Richard -Perdurabo. Revised, Expanded ed. North Atlantic Books, 2010.