Chaos (derivado do Grego Χάος), na Mitologia Grega, era percebido como o vácuo do qual todas as coisas saltam, ou uma massa de coisas desordenadas. Chaos existe desde o princípio ao lado de Nyx (Noite), Erberus e Tartarus. Gaia, Tartarus e Eros eram as vezes considerados descendentes de Chaos.

Chaos é descrito como o "Pai de Tudo", "Único Pai da Vida", "Díada", e o "Pai do pensamento". O Mistério de Chaos também inclui "ao mesmo tempo a Fórmula da Trindade Feminina."

Na Árvore da Vida, Chaos é identificado com a Sephirah Chokmah (Sabedoria), cujo título tradicional é 'Ab', 'Abba' (Pai), e é por sua vez atribuído à 'parte da alma' chamada Chiah (a "força-vital"), e Yod (semente) do Tetragrammaton; todas estas associações são atribuídas ao elemento fogo.

No princípio Thelêmico, Chaos é muitas vezes casado ou apaixonadamente unido com Babalon (Binah, Neschamah, Aima, Isis, "Mater" e He do Tetragrammaton) através do caminho do amor (Daleth; ver o Círculo Mágico), ou com a Virgem "purificada" Filha de Babalon (Terra, Malkuth, Nephesch, Persephone, "Filiae" e o He final do Tetragrammaton; veja A Visão e a Voz, 4º AEthyr)- que desperta a "antiguidade do Pai de Tudo". Essa união do "Grande Pai" com a Mãe e Filha completa a concepção Cristã descrita em Um Ensaio Sobre Número, parte II. No capítulo XI do Livro das Mentiras e A Visão e a Voz a unidade de Chaos e Babalon como a Tríade Superna é persistida. Como um Tetragrammaton ou palavra de quatro partes, Chaos "é igual à palavra de sete partes" pela Gematria (Kaph + Ayin + Vau + Samekh = 156) que sugestiona os graus de 4º=7º e 7º=4º da A.'.A.'.. Além disso, o Mistério de Chaos "está além da compreensão de qualquer que não seja Mestres do Templo" (um Grau da A.'.A.'. associado com Babalon).

Chaos também é "lembrado" "pelos homens" como a Besta.

Assim como tanto a "Palavra" ou "Logos" dos Gnósticos, quanto a Sabedoria dos cabalistas, Chaos pertence especificamente ao 9º=2º Grau de Magus (o 11º grau progressivo na A.'.A.'.), que oculta.

Em uma nota do Trabalho de Abul-diz, Chaos é identificado com Aleph (comprido=1000) Tau (ATh ou Essência; "the") em Hebreu com uma numeração de 1400 ("Tria Capita" ou "as Três Cabeças" - TLT RYShYN); com uma Aleph regular, 401 (ARR - "cursing"). Em Um Ensaio Sobre Número, Aleister Crowley faz uma conexão entre ATh e a palavra Azoth - "the sum and essence of all, conceived as One". Além disso, Chaos é identificado como "o Desconhecido Deus de Chokmah no Liber 418." Em Grego (aplicando isopsefia) Chaos soma 871, que é idêntico às palavras "Dor, Sofrimento", "Segredo, obscuridade", Teia; manto", "purificar", e "Contra a vontade de alguém".

A primeira fonte concernente a Chaos dentro do cânone thelêmico é A Visão e a Voz. Chaos também é mencionado nos Libri I e CLVI, classe A. Os rituais que incluem Chaos são a primeira versão do Liber XXV (de O Livro das Mentiras) e o Liber XV.

No Escalier des sages (1689 e.v.), Chaos é descrito como uma fórmula alquímica tendo o seguinte Notariqon: Caliditas Humiditas Alger Occulta Siuitas.

Citações sobre Chaos

No Capítulo XI de ''Livro das Mentiras'':

"Concernente ao Sagrado Três-em-Nada.
"Nuit, Hadit, Ra-Hoor-Khuit, devem ser compreendidos apenas pelo Mestre do Templo.
"Eles estão acima d’O Abismo, e contêm todas as contradições neles mesmos.
"Abaixo deles está uma aparente dualidade de Chaos e Babalon; estes são chamados Pai e Mãe, mas não é assim. Eles são chamados Irmão e Irmã, mas não é assim. Eles são chamados Marido e Mulher, mas não é assim."

E no comentário referente a este capítulo:

"Chaos e Babalon são Chokmah e Binah, mas, na verdade são, apenas um; a unidade essencial da Tríade Supernal é ressaltada insistentemente."
No Capítulo XV do livro das mentiras, encontra-se a versão original do Rubi Estrela, onde o texto tinha (em grego) CHAOS, BABALON, EROS e PSYCHE (respectivamente), ao invés de Crowley utilizou THERION, NUIT, BABALON e HADIT.

Kaos(Xaoc) tem o número 871, o produto dos primos 13 e 67, e é uma divindade grega primitiva que precedeu os deuses olímpicos, antes de Saturno, com paralelo a Urano, send referido a Chokmah. Ele é a personificação do espaço, o primeiro estado da existência. Nesse sentido ele é um equivalente grego de Nuit, mas percebido como fator masculino.

Parte de A Visão e a Voz (Liber 418), 4º AEthyr:

"A explicação dessa passagem é a seguinte: eles tentam interpretar o Caos, porém o Caos é Paz [...] Trevas, trevas intoleráveis antes da aurora da luz. Esse é o primeiro verso do Gênesis. Sagrado és tu, Caos, Caos, Eternidade, toda contradição verbalizada! [...] Mas quando as proporções se equivalerem, padrão a padrão, o Caos retornará.

Referências